quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Despedida


Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente,
seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro,
com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva,
já que ainda estamos tão embrulhados na dor
que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,
a dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida:
a dor de abandonar o amor que sentíamos.
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre,
sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir,
lembrança de uma época bonita que foi vivida…
Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual
a gente se apega. Faz parte de nós.
Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis,
mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo,
que de certa maneira entranhou-se na gente,
e que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível.
Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’
propriamente dita. É uma dor que nos confunde.
Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por
ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos,
que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.
É o arremate de uma história que terminou,
externamente, sem nossa concordância,
mas que precisa também sair de dentro da gente
E só então a gente poderá amar, de novo.
Desconheço o autor

6 comentários:

STAR disse...

E quando voltamos a Amar, vemos que o que passou, apenas foi mais um caminho que percorremos, para chegar...

Beijinhos

Luna disse...

"Keep smilin'
Keep shinin'

Knowin' you can always count on me
for sure
that's what friends are for

In good times
And bad times
I'll be on your side forever more
That's what friends are for"

nicole disse...

A isso chamasse fazer o luto da relação.
Mas é tão dificil fazer o luto de uma pessoa que ainda esta viva!!!!

Fênix disse...

So podemos ser felizes se arriascar-mos, se assim for o nosso desejo e para isso precisamos acima de tudo de ver além do Amor, ver tudo o que nos rodeia de um modod diferente.
Somos aquilo que queremos ser, temos por vezes ideia que nada pode ser melhor do que temos ou tivemos mas só o poderemos saber depois de arriscar, aventurar, dar uma hipotese de o nosso coração mostrar o que vale!!

Sei o que sentes. sei o que não querias sentir e percebo-te, mas, tenta ser feliz, arrisca!!


Beijinho

Fênix

£ll disse...

Desculpa a invasão... adorei o texto ^^

Nuno disse...

Como se costuma dizer: o tempo tudo cura. Bem sei que a dor de perder um amor (ou alguém de quem gostamos, seja em que circunstância for) é ,ao princípio, difícil de suportar. Julgamos que a vida e o mundo deixam de fazer sentido e, durante uns tempos, andamos meio perdidos, sem saber muito bem o que fazer e para onde ir.

Mas, à medida que o tempo passa, o nevoeiro que nos dificulta a visão começa a dissipar-se e começamos, novamente, a ver a luz ao fundo do túnel, que nos serve de guia. É bem certo que muita gente se recusa a avançar e vira costas à luz, preferindo reviver o passado, como se isso levasse a algum lado. Ao contrário do que seria de esperar por essas pessoas, as recordações são somente isso mesmo: recordações.

Há que seguir em frente e ver o que a vida ainda tem reservado para nós. Certamente, terá coisas tão boas ou melhores do que aquelas que já nos ofereceu. :)

Obrigado pela tua visita.

Beijinhos,
Nuno.